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Histórico

A Criação do Curso de Bacharelado em Química do IQSC da USP

A criação, em 1973, do curso de Bacharelado em Química na USP, no campus de São Carlos, está intimamente relacionada à história do Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC), o qual mais tarde gerou o Instituto de Química de São Carlos (IQSC).

O Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC) foi estabelecido em 1971, por meio do decreto estadual nº 52.850 de 28 de dezembro de 1971, por iniciativas dos pesquisadores Armando Dias Tavares, Sérgio Mascarenhas de Oliveira, Yvonne Primerano Mascarenhas, Maria Mabel Magalhães de Medeiros Rodrigues e Edson Rodrigues, oriundos da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro (RODRIGUES, E.; RODRIGUES, M.M. de M.). Ao longo dos anos 1970 outros pesquisadores foram contratados dando forma ao Departamento de Química e Física Molecular (DQFM) sob a direção do Prof. Edson Rodrigues. Em 1971 iniciaram-se as atividades de pós-graduação do mestrado em Físico-Química. Por sua vez, aprovou-se a criação do curso de graduação de Bacharelado em Química em 1972 [1] e as atividades desse curso foram iniciadas em 1973. Em 1990 foi criado o Departamento de Físico-química como divisão do DQFM, atendendo as condições para a criação de um novo Instituto, que ocorreu em 1994. Com o desmembramento do IFQSC e a extinção dessa Unidade, foram criados o Instituto de Química de São Carlos (IQSC) e o Instituto de Física de São Carlos (IFSC). Assim sendo, o curso de bacharelado em Química passou a ser de responsabilidade única do IQSC (RODRIGUES, E.; RODRIGUES, M.M. de M. & LIMA NETO et al, 2005).

A Evolução do Curso de Bacharelado em Química

No ano de 1973 iniciou-se o curso com os seus primeiros 20 estudantes, sendo que, já em 1984 o número de vagas foi ampliado para 40 e foram criadas duas habilitações no Curso de Bacharelado em Química: Habilitação Fundamental e Habilitação Tecnológica. A Habilitação Fundamental proporcionava ao estudante a formação profissional para atuar em centros de pesquisa e desenvolvimento industrial e como professor do ensino superior. Conquanto, a Habilitação Tecnológica visava, além dos aspectos anteriormente citados, a formação de profissionais voltados para o mercado de trabalho em empresas e indústrias químicas ou correlatas. Em 2004 ocorreu uma nova ampliação do número de vagas para 60 em consequência da reformulação da estrutura curricular do curso. Nessa ocasião lança-se uma estrutura curricular inédita para os Cursos de Bacharelado em Química no país, ver Figura. Desde então a Habilitação Fundamental deve ser cursada em quatro anos e a Habilitação Tecnológica em quatro anos e meio. A extensão de meio ano na última habilitação foi uma escolha curricular para atribuir independência aos estudantes para permanecerem em seus estágios em indústria praticamente em tempo integral.

Acompanhando a flexibilização curricular, proposta pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), foram criadas quatro ênfases distintas para a Habilitação Tecnológica: (i) Química de Alimentos, (ii) Química Ambiental, (iii) Química de Materiais e (iv) Gestão de Qualidade. Qualquer uma das ênfases habilita o profissional a atuar, além nas atividades citadas para o Bacharel Fundamental, nos setores de desenvolvimento, pesquisa e tratamento de resíduos, gestão de qualidade, desenvolvimento de processos e supervisão de processos industriais, atribuições estas outorgadas pelo Conselho Federal de Química (CFQ).

Com a criação dessas ênfases não se pretendeu uma especialização precoce, mas criar um diferencial em relação aos outros cursos de Bacharelado em Química oferecidos na região. Paralelamente, esse formato privilegia a maior interação entre os conhecimentos fundamentais de química e áreas de atuação profissional no setor produtivo e a pesquisa acadêmica no IQSC. Essa aproximação, por meio de ênfases, busca aumentar o interesse pelo curso oferecido no IQSC junto aos alunos do ensino médio e, ao mesmo tempo, motivar os graduandos do IQSC, diminuindo a desvinculação do curso de Bacharelado. As disciplinas oferecidas numa ênfase e/ou habilitação podem ser usadas como disciplinas optativas livres por estudantes cursando outra habilitação ou ênfase, o que permite o contínuo oferecimento de um grande conjunto de disciplinas optativas pelos dois departamentos do IQSC.

Em maio de 2012 a estrutura foi submetida à primeira revisão de ementas e de distribuição das disciplinas nos currículos das habilitações e ênfases. Essa revisão teve caráter coletivo envolvendo coleta de dados pelos discentes e análise pelos docentes. As ações foram concentradas nas atualizações da bibliografia, pequenas adequações nos programas destas disciplinas e primeira racionalização dos requisitos e das cargas horárias, bem como na busca de um equilíbrio na carga didática dos estudantes ao longo do curso. Estas atualizações foram homologadas pela Câmara Curricular e do Vestibular da Universidade de São Paulo.

Em 2014 foram introduzidas modificações: (i) a obrigatoriedade da disciplina Análise Instrumental III para a ênfase de Química de Alimentos; (ii) todas as suas disciplinas específicas foram deslocadas de um período ideal na ênfase de Química de Materiais. Finalmente, em junho de 2016, foram aprovadas, pela Congregação do IQSC, mudanças referentes à adequação de requisitos de diversas disciplinas. Assim como mudanças no Núcleo Geral do conjunto de disciplinas de Cálculo, para melhorar a distribuição do conteúdo ao longo de três períodos ao invés de dois. Essas alterações fazem parte da filosofia de melhoria contínua do curso.

Resultado da avaliação Guia do Estudante Melhores Universidades 2016

 

[1] Aprovado na congregação do IFQSC em 17/05/1972 e no Conselho Universitário da USP em 22/08/1972.

Referências:

LIMA NETO, B.S., TREMILIOSI FILHO, G., VIDAL, E.A.P., DE VITA, K.M.C. A Pós-Graduação em Química na USP/São Carlos: Uma história escrita por 1000. São Carlos. Instituto de Química de São Carlos. 2005, 546p.